15/09/2010

Felicidade butanesa

O Butão é um pequeno e pobre país, prensado entre a China e a Índia. Tem pouco mais de 650 mil habitantes, seu sistema de governo é a monarquia constitucional. É, também, conhecido como o Reino da Felicidade, a última Shangrilá. Segundo dizem, não há casos de fome, analfabetismo, corrupção e mendicância.
O curioso na administração butanesa é a substituição do PIB – Produto Interno Bruto por outro índice: o FIB – Felicidade Interna Bruta. Felicidade, como se vê, é levada a sério no Butão. É preocupação governamental. Tanto que cabe ao Estado desenvolver políticas públicas que dêem condições aos cidadãos se concentrarem na busca da felicidade, através dos ensinamentos do Budismo. São quatro os pilares básicos do Estado, preservação das tradições butanesas e do ambiente natural, crescimento econômico e bom governo.
Os orientais são sábios. Certamente imaginaram que de nada adianta o acúmulo de riquezas se o povo em si não é feliz. Mesmo que não se saiba se a iniciativa, implementada há décadas, tenha mudado alguma coisa no humor dos butaneses, a ideia é, no mínimo, uma valorização da luta humana por um bem que se coloca sempre longe do alcance das pessoas. Por aqui uma proposta destas seria ridicularizada. Não prosperaria!
Para as estatísticas, gente, pessoa, povo é número. Indivíduo é consumidor, cliente. Funcionário é colaborador. Os eufemismos despersonalizam o ser. Tornamos-nos índices. Sem nome. Quem quer saber de nossas emoções? Se somos felizes ou não? O mercado, certamente não!
A palavra felicidade só aparece no meio dos rápidos pronunciamentos dos candidatos, nesta época de campanha eletrônica. Daí não sairá. Ficará restrita à promessa. Não seguirá carreira, não será promovida a integrante de projeto governamental. Uma pena, mesmo!


Atualizado em 23.03.2012
Fico feliz em ver que o exemplo dos orientais está fazendo escola. A preocupação em medir o grau de felicidade do povo parece que será também uma realidade no Brasil. Tomara que isto realmente saia do papel e seja um instrumento sério e não mais uma propaganda dos governantes.

Veja a notícia na íntegra:
Estadão





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