03/05/2010

A expectativa de vida

No início do século 19, a expectativa de vida dos brasileiros era de 33 anos de idade. Na Europa, já desenvolvida, havia uma sobrevida, até os 45 anos. Ou seja, as pessoas passavam de jovem a velho em pouco mais de uma década. Não havia, ainda, a adolescência, que somente depois foi estabelecida. O indivíduo era criança, adulto e velho. A vida era rápida. As doenças, a falta de estrutura mínima nas cidades e nos campos, a medicina e a farmacêutica embrionárias certamente contribuíam para que a vida fosse um verdadeiro sopro.
O interessante é que, segundo alguns pesquisadores, o homem primitivo, acossado por feras, por condições climáticas desfavoráveis, por falta de alimentos de qualidade, também tinha a expectativa de vida em no máximo 30 anos.
Com as descobertas científicas, incremento na medicina, investimentos públicos na melhoria de vida, nas campanhas de vacinação e de cuidados com a higiene pessoal, o homem avançou sobremaneira. Febre amarela e varíola, que devoravam populações inteiras, inclusive nas capitais, forma controladas e não assustam mais. Em pouco mais 60 anos a vida do brasileiro sofreu um acréscimo quase dobrando a sua de vida. Os números atuais do IBGE demonstram que a média brasileira é 72,3 anos de vida. Dentro de 20 anos poderá superar os 80 anos.

No entanto, ainda permanecem aqui diferenças significativas entre as zonas mais pobres e as mais desenvolvidas mesmo dentro do país. Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formam o eixo de concentração das populações com maior vivência. Já o estado de Alagoas ostenta o menor índice.
Estas transformações têm um impacto importante em todos os setores da vida brasileira. O Brasil deixará de ser um país jovem. Os mais idosos terão uma participação ainda maior na economia. Os planos de saúde e previdenciários terão que ser adaptados para absorver a demanda. Deverão ser desenvolvidas políticas públicas e privadas visando garantir a toda esta parcela da população o atendimento que merece.
Aliás, algumas destas mudanças já começam a ser sentidas. Nos dias atuais, as pessoas mais idosas não estão confinadas, aguardando o momento da partida. Em muitas cidades, inclusive na nossa, há grupos organizados, normalmente pelo poder público, que proporcionam atividades de lazer, esportes, viagens. É uma das formas mais concretas de investimento na saúde das pessoas. Uma das medidas foi a substituição do termo terceira idade pelo boa ou melhor idade.
O que importa, na realidade, não é uma vida longa, arrastada, medíocre. O ideal é que as pessoas vivam mais, com mais qualidade. Que possam contribuir com as suas experiências para o desenvolvimento da nossa comunidade, tal qual ocorre com os povos mais desenvolvidos. Viver bem é o que se quer.

2 comentários:

  1. Uma vez uma pessoa me disse: Tem gente que já nasce velho! (falando sobre jovens com pouca energia ou demasiadamente sérios).

    Talvez tivesse razão; ou por cobranças familiares, por experiências tristes...inúmeros motivos.

    Como é mais fácil sermos "jovens", alegres, quando tudo está bem.

    Talvez a idade seja um estado de espírito! rsrs

    Amo o seu blog. Parabéns pelos excelentes e reflexivos textos.

    Grande abraço!

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    1. Obrigado, amiga. Espero continuar recebendo a tua visita aqui no blog. Continue contribuindo!

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